Quando eu era um adolescente e estava apaixonado por uma menina, enrolava meses até tomar alguma atitude. Ficava inventado mil histórias na minha cabeça: pequenas cenas ridículas de um casal todo feliz, passeando de mãos dadas, dançando por aí, rindo e tal. Talvez a culpa disso seja que desde cedo fui um leitor compulsivo, devorava tudo que havia pela minha frente e, sem mais nada para ler, um dia comecei a roubar as revistas femininas da minha mãe e da minha irmã. E aquelas idéias de romantismo, príncipe encantado, o homem perfeito, essas bobagens que as revistas publicam ficaram na minha cabeça. Então, sempre pensei muito mais em cortejar do que em agir.
Pensando bem, isso não acontecia apenas quando eu era adolescente. Continua acontecendo. Inclusive, hoje à noite passei um bom tempo lendo as revistas de Giovanna. Fiz até aqueles testes idiotas.
Aí. Foi isso que quis dizer com "empatia" com o protagonista de
Clube dos Corações Solitários.